
Apesar do movimento ganhar força recentemente, as mulheres estão conquistando cada vez mais posições de comando.
Como resultado vemos nossa sociedade mais equilibrada, humana e igualitária. Veja neste artigo uma visão geral da mulher no mercado de trabalho e o papel das empresas nesse processo..
A história da igualdade de gênero e do dia 8 de março
O Dia Internacional da Mulher é um convite para nos unirmos em reflexão sobre lições aprendidas e também para promover ainda mais a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as meninas e mulheres.
O Dia Internacional da Mulher surgiu das atividades dos movimentos trabalhistas na virada do século XX, na América do Norte e na Europa.
O episódio mais lembrado foi o do dia 8 de março de 1857 quando pela primeira vez um grupo de operárias de uma fábrica têxtil de Nova York nos Estados Unidos entrou em greve.
A reivindicação era porque já naquela época, as mulheres recebiam apenas 1/3 do salário dos homens exercendo as mesmas funções.
Além disso suas condições de trabalharam eram péssimas e havia uma longa reivindicação para reduzir a carga horária de 16 para 10 horas diárias.
A greve foi respondida com brutalidade e as operárias foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 trabalhadoras foram mortas, em um ato brutal e selvagem contra as mulheres.
Em 1945, a Carta das Nações Unidas tornou-se o primeiro acordo internacional a afirmar o princípio da igualdade entre mulheres e homens. A ONU celebrou seu primeiro Dia Internacional da Mulher oficial em 8 de março, durante o Ano Internacional da Mulher, em 1975.
Dois anos mais tarde, em dezembro de 1977, a Assembleia Geral aprovou a resolução que proclamou o Dia das Nações Unidas para os Direitos das Mulheres e a Paz Internacional, observado em qualquer dia do ano pelos Estados-membros, conforme suas tradições históricas e nacionais.
O primeiro Dia Nacional da Mulher foi observado pelas Nações Unidas em 28 de fevereiro de 1909, que o Partido Socialista dos Estados Unidos dedicou em homenagem à greve dos operários de vestuário que ocorreu em 1908, em Nova York, quando as mulheres protestaram contra as duras condições de trabalho. Em 1917, as mulheres da Rússia preferiram protestar e fazer uma greve com o slogan “Pão e paz”, no último domingo de fevereiro – que caiu no dia 8 de março, segundo o calendário gregoriano. Esse movimento acabou levando à promulgação do sufrágio feminino na Rússia.
O que é igualdade de gênero?
Igualdade de gênero: Mais mulheres empreendedoras
Segundo pesquisa recente do global entrepreneurship monitor (GEM), a atividade empreendedora feminina aumentou 10% no mundo entre 2014 e 2017, registrando o dobro do crescimento do levantamento anterior
No Brasil, o volume de comércios eletrônicos comandado por mulheres apresentou crescimento de 15% no último ano e nos marketplaces as mulheres já são responsável por 60% dos negócios segundo os estudos na Nuvem Shop.
Mas se hoje o mercado de trabalho está mais receptivo às mulheres, especialmente em posições gerenciais e de comando, essa é uma realidade bastante recente.
Muitas mulheres bem consolidadas atualmente, encontraram muitas dificuldades no passado. Apesar dos avanços, a falta de equilíbrio nas tarefas domésticas ainda dificulta a sua atividade empreendedora.
Igualdade de gênero e empoderamento

Segundo o Ministério do Trabalho, as mulheres compõem hoje um percentual importante na força de trabalho brasileira, somando 44% dos empregos.
Embora o machismo ainda seja uma realidade nas organizações, a mulher que sabe reconhecer seu valor tem mais chances de romper com essa cultura porque rompe com os paradigmas até então estabelecidos.
O fator mais impactante no contexto da igualdade de gênero é o poder de escolha. As mulheres autônomas, que sabem negociar seu salário e não aceitam discriminação são protagonistas na construção da sua carreira .
Igualdade de gênero na cultura organizacional
Esse empoderamento porém deve acontecer de dentro para fora com a finalidade de criar ambientes que estimulem e desenvolvam a autoestima da mulher.

Ainda que as perspectivas femininas no mercado de trabalho sejam positivas, apenas 5% dos cargos de comando máximo são ocupados por mulheres nas empresas brasileiras.
Esse dado é importantíssimo refletirmos o comportamento da sociedade perante a mulher e os reflexos que a quebra dessa lógica pode nos trazer.
As mulheres possuem uma inteligencia socioemocional aguçada além de serem muito intuitivas. E essas duas caraterísticas foram os grandes diferenciais nas empresas e startups que mais evoluíram na última década em todo o mundo.
Trazer mulheres para a gestão e para os cargos de liderança implica em humanizar as empresas, engajar pessoas e assim gerar mais resultado.
Empresas mais humanizadas = Menos violência doméstica

Um dos vários aspectos da humanização das empresas tem a ver com a gestão.
Pessoas felizes são pessoas mais produtivas e para as companhias promoverem a igualdade de gênero precisam se tornarem mais favoráveis as mulheres.
Isso significa também ter um olhar atento por em causas como a violência doméstica para que a vítima encontre em seu empregador uma fonte de proteção e encorajamento para enfrentar denúncia.
Conforme a DEAM – Delegacia Especializada no Atendimento da Mulher em Porto Alegre, mais de 90% das situações que são registradas relacionados ao tema afetam diretamente na foco e produtividade das profissionais.
Muitos crimes contra as mulheres poderiam ser evitados se as pessoas não achassem que não devem se meter em briga de casal.
Por isso, é importante que as empresas abordem esse assunto e sejam locais onde as mulheres se sintam acolhidas e seguras caso precisem.
Iniciativas de proteção à mulheres pode, inclusive, colaborar para que mais denúncias sejam feitas, já que muitas vezes situações difíceis em casa são silenciosas.

Tipos de violência contra mulher
☛ Manterrupting
Ocorre quando uma mulher não consegue concluir sua frase porque é interrompida por um ou mais homens.
Essa forma de machismo invalida as colocações femininas como se elas fossem inapropriadas.
☛ Gaslighting
É um tipo de abuso psicológico que leva a mulher a achar que está louca ou errada sobre algum assunto. Geralmente vem com discursos como “só pode estar de TPM”.
☛ Mansplaining
É quando um homem acha que precisa explicar algo a uma mulher, como se ela não fosse capaz de compreender sozinha.
Muitas vezes eles tentam explicar assuntos em que elas são especialistas.
☛ Bropriating
Se refere a quando um homem se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela.
NRF, igualdade de gênero e o empoderamento feminino
Até mesmo a NRF (National Retail Federation), a maior feira de varejo do mundo que acontece todos os anos em nova Iorque, abordou a igualdade de gênero na edição de 2019 e construiu um espaço inteiramente dedicado ao assunto.
Veja um pouco do The Girl's Lounge
O The Girl’s Lounge foi feito em parceria com a The Female Quotient, empresa voltada para a promoação da igualdade de gênero e recebeu palestrantes inspiradoras e bate-papo entre líderes do varejo em um formato aberto a todo o público visitante da feira.
Como promover a identidade de gênero no dia a dia


Dados da ONU para refletir sobre a Igualdade de Gênero
- Cerca de ⅓ de todas as mulheres do mundo já foram vítimas de algum tipo de violência praticada por seus parceiros íntimos.
- Aproximadamente ¾ das vítimas de tráfico de pessoas são mulheres e meninas.
- Em grande parte do mundo, mulheres e meninas ainda não possuem acesso à serviços básico de saúde e informações fundamentais. Em países de baixa e média renda, onde essa realidade é ainda pior, muitas meninas entre 15 e 19 anos ainda morrem por complicações decorrentes da gravidez e do parto.
- Mulheres e meninas representam 2/3 da população analfabeta do mundo.
- Globalmente, as mulheres são as principais responsáveis pelo trabalho doméstico, dedicando de 1 a 3 horas a mais que os homens. Elas também dedicam de 2 a 10 vezes mais tempo do dia cuidando da família (cuidados com crianças, idosos e doentes).
- Em média, as mulheres empregadas ganham 10 a 30% a menos do que os homens para desempenhar as mesmas tarefas.
- Em todo o mundo, as mulheres têm menor probabilidade de ocupar cargos de liderança em empresas e negócios. Nos Estados Unidos, as mulheres representam apenas 4,6% dos 500 CEOs elencados pela Fortune (revista americana sobre negócios) e ocupam apenas 16,9% dessa mesma lista.
- As mulheres representam apenas 21,8% dos parlamentares nacionais em todo o mundo.